Impacto amarelo: Empatia, Amor Fraterno e Respeito

por Allef Mathias, Especialista em Linguística e Literatura da Língua Portuguesa

Nos últimos anos, durante todo o mês de setembro, realiza-se a campanha de conscientização e reflexão sobre o suicídio no Brasil. Desde de 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina organizam o que conhecemos como Setembro Amarelo, sendo reconhecido o dia 10 deste mês, oficialmente como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Nesse período, ocorre uma grande comoção de escolas públicas e particulares, ONG`s, empresas de ordem estatal e privada com relação a conscientização e a reflexão sobre as dimensões e proporções preocupantes e alarmantes relacionados ao suicídio no Brasil e no Mundo. Mas o que nos cabe refletir aqui, é a ausência desta reflexão durante todo o ano, pois quando o setembro amarelo acaba, os comerciais, panfletos, publicações, status e sua divulgação em massa, consequentemente, terminam.

É interessante perceber que o ser humano tem uma capacidade de memória muito curta, pois segundo o site oficial Setembro amarelo “São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.” Esta afirmação comprova a ineficácia ou a insuficiência dos trabalhos midiáticos concentrados tão somente no mês de setembro.

Ainda segundo o site oficial ‘Setembro amarelo’ temos a informação de que o campanha de prevenção ao suicídio se estende durante o ano todo. Eles afirmam que “… em 2016, garantimos espaços inéditos na imprensa e firmamos muitas parcerias. Conseguimos também iluminar monumentos históricos, pontos turísticos, pela primeira vez o Cristo Redentor, espaços públicos e privados no Brasil inteiro. Centenas de pessoas participaram de caminhadas e ações para a conscientização sobre este importante tema.” Contudo, estas ações parecem não atingir efetivamente as camadas mais populares, bem como não parecem compartilhadas nos outros meses do ano.

É importante que os cidadãos brasileiros sejam orientados pelos órgãos competentes quanto a necessidade de autoconscientização, de empatia, amor fraterno e respeito. A empatia gera o sentimento de colocar-se no lugar do outro, para compreensão de que todos os serem humanos são diferentes e possuem cargas emocionais distintas e reações a essas cargas, ainda mais distintas. Mas, por outro lado, somos todos iguais em respeito e amor fraterno, este é o laço que nos une como irmãos de uma mesma nação, como humanos e, portanto, como irmãos no mundo.

A empatia e o respeito nos levam à compreensão mais sensível a condição do outro, que por muitas vezes é a depressão, a síndrome do pânico, as alucinações e tantos outros transtornos psicológicos e emocionais que invadem e dominam a consciência humana. Por isso, os trabalhos de divulgação e conscientização em massa deveriam aliar-se a campanhas de instrução e métodos em como a família, amigos e toda uma comunidade devem lidar com isso, promovendo centros de trabalho contra o suicídio dentro de cada casa.

O site ‘Setembro amarelo’ disponibiliza diretrizes para o desenvolvimento e participação mais efetiva durante todo o ano, assim como os meios a serem recorridos em caso de ajuda. O link do site ficará disponível abaixo do artigo, caso você queira obter mais informações. Mas o que realmente importa é fazer todos os meses do ano se tornarem amarelos. Este é um dos meios para que o quadro comece a mudar, ou seja, todos os dias, durante 24h devemos amar a vida, lutar pela vida e viver a vida. Dessa forma, lutaremos pelo outro, amaremos o outro e viveremos pelo outro.

Referência: https://www.setembroamarelo.com/

Foto dos alunos do 6º ano do Colégio Betel desenvolvendo uma campanha de conscientização e reflexão sobre o “setembro amarelo” com a orientação do professor Hilton de Matemática.

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